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19 de nov. de 2008

Uma entrevista nada comum (parte 2 e entrevista final)

No mês de Maio, tinha pensado em elaborar uma entrevista “fictícia” ao programa que gostava de ver na TV Cultura, o “Provocações” (quem tiver interesse de ler novamemente, é só clicar aqui) Naquela época eu era totalmente diferente dessa pessoa que sou hoje. E que talvez aquela entrevista não se repita da mesma maneira que a de hoje. Se todos nós somos mutáveis, porque não poderíamos reescrever algumas histórias como novas facetas e novas emoções?

Tentei colocar essa entrevista ontem (18), mas como não consegui devido aos meus atrasos e tempo ocupados (além do poema que montei acima)... resolvo publicar hoje no dia do meu aniversário.Então, espero que gostem dessa segunda entrevista, fictícia novamente, nas letras e imagens do programa “Provocações”. Onde novamente as perguntas de Antônio Abujamra irão bater de frente com o humor ácido e melancólico do jovem artista Lucas, o Kyo.


Ps: a noite ainda terá outra publicação, e talvez uma das minhas últimas... aguardem...

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Abujamra – Provocações, Provocações, o velho clichê das Provocações e ainda com os mesmo formato de Programa.. Incrível como mas as pessoas ainda assistem a isso, mas como eu sempre digo aqui “Nós não provocamos, somos provocados.” Nem sei porque eu o trouxe de volta, mas o jovem provocador, que mesmo antes dizendo que é ser um romântico assumido, fala como o mundo está perdido, principalmente o dele. Com o característico humor ácido e cômico, continua a postar os seus pensamentos e idéias em um blog, o “Focalizando Idéias”. Ele é... Lucas Mateus, mas escreve com a assinatura de “Lucas, o Kyo.”


Lucas – E a mesma câmera me olhando antes de começar a sua primeira pergunta... é... o formato de programa é bom e vai render Abujamra. Coisas velhas e bem feitas sempre rendem boas histórias?


Abujamra – Quem faz as perguntas aqui sou eu garoto... mas já vejo seu humor nada acido. Então eu começo: Quem é você. Agora?


Lucas – Uma pessoa que não sabe o sentido completo da vida... antes era um “come-quieto” romântico mal amado. Hoje, não sou nenhuma das duas coisas e muito menos um artista, continuo com minha mente afiada para textos e críticas, mas o sentido da vida? Não tenho a menor idéia.


Abujamra – Nossa... só isso? Já vi pessoas mais nebulosas que você dizerem que são “anjos”...


Lucas – Se eles o forem, sorte a deles... Há muito tempo não sou a mesma pessoa de antes. Muito mesmo o “cara legal e engraçado” que ajudava os amigos nas horas críticas. Continuo ajudando os amigos nos momentos difíceis, mas vejo as pessoas com outros olhos. Sobre ser um cara legal e engraçado? Não, obrigado... só o sou quando tenho vontade.


Abujamra – Para acontecer essa mudança, teve algo muito e até mudaria a pergunta “Qual foi a maior imprudência da sua vida?” O que eu deveria lhe perguntar, jovem ácido?


Lucas – Já esperava por essa terceira pergunta, e só poderia dizer que a maior imprudência? Bem...eu já a fiz no começo do mês que foi deixar tudo para trás daquilo que lutei e queria como vida. Agora, ainda sobre a imprudência, eu irei completa-la agora no dia do meu aniversário. O dia? Próxima quarta-feira, dia 19...


Abujamra – Como assim completa-la? Ainda não terminou?


Lucas – Não, já ouviu a expressão “se você vai ao inferno, vá com um sorriso?” Diria que essa metáfora vai responder a sua pergunta...


Abujamra – Ainda prefere um destino humano ou mudou para uma obra?


Lucas – Nenhum dos dois me agrada mais, apenas vivo aquilo que um dia eu deixei. Vivo o sacrifício e a afirmação que o Budismo tem a me mostrar. Não conseguir o amor da pessoa que mais amei e amo já é, para mim, o pior dos destinos humanos. Sabe o que é ver puder ver os seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela? Desejar dizer a ela que é desejada e única? Que ela poder segurar você até o ponto que saiba como ela precisa ser tocada? Respirá-la e saboreá-la até que você possa sentí-la em seu sangue? Aí sim você saberá que realmente ama uma mulher. Isso eu vi… isso eu vislumbrei…por isso eu lutei e venci barreias... isso eu desejei e desejo… mas, isso eu perdi… e perdi para sempre, com todas as minhas vontades.


Abujamra – Não entendi essa parte bem... acha o pior destino humano não conseguir amar uma mulher? Achas que é um “Dom Juan de Marco” da vida, garoto?


Lucas – “Do you really loved a woman? Abujamra?” O amor nos dá coragem como também dá fraqueza. Agora, sobre o filme, sempre que posso eu o vejo... é uma boa aula para mostrar como um homem realmente deve amar uma mulher. Mesmo que isso possa beirar a linha tênue do amor e da loucura.


Abujamra – Ser ou parecer?


Lucas – Ainda continuo com o ser, pois o gosto de estarmos “a vontade” e “em vontade” com quem desejos é bem melhor do que estar em um lugar que não gosta só por status e fama. Ou simplesmente para ser o alvo de flashes, atenção e paparicos. Gozem a vida, Gozem com a vida.... e Goze muito dela enquanto a tem... porque quando não tiver mais força para isso, verá como o gozo tem um valor importante.


Abujamra – Declaração ambígua essa... você sempre é assim?


Lucas – Não, mas diria que depois desses últimos tempo. Não um recurso melhor para dizer aquilo que quero e fazer as pessoas ficarem sem graça ou sorrirem, coisa que não faço a muito tempo.


Abujamra – Prestígio ou boa morte?


Lucas – A boa morte, nada melhor do que ir dessa para melhor em bons lençóis...


Abujamra – Mesmo com tudo aquilo que me falasse?


Lucas – já falei que eu perdi aquilo tudo? Não vejo mais motivo para uma boa vida sem alguém que gosto, isso seria sim um motivo para “prestigiar” uma “boa morte”... se entendeu o trocadilho.


Abujamra – Você entra em angústia, Lucas?


Lucas – Me faço essa pergunta todo santo dia... e sempre tenho a resposta: algo em torno de 2 ou 3 vezes por semana assim que acordo pela manhã.


Abujamra – Quando você entra em angústia?


Lucas – Antes a minha angústia era ter de entre “ficar parado e quieto” e “agir e demonstrar todo o meu potencial”. Hoje, ela talvez seja entre “conseguir conviver sem o amor de quem gosto” e “a certeza que nunca mais serei a pessoa engraçada e animada de antes, apenas um reflexo dele”. Podem achar que sou radical, não me importo. Mas sou fiel aos meu ideais e luto pelos valores que acho verdadeiros. No entanto,respeito a diferente visão de mundo das pessoas que passarem pelo meu caminho. Como já falou meu mestre budista: “Não há que ser forte. Há que ser flexível.”


Abujamra – Você chora?


Lucas – Respondo a mesma coisa de antes: “Sim, e porque não deveria?”


Abujamra – Você chora diante da beleza ou da tristeza?


Lucas – Tudo aquilo que me emociona eu choro... pode ser desde uma música marcante, um momento glorioso, uma cena que mexa com minha vida e idéias. Andando pelo mundo, contestei realmente que não são todos os homens que demonstram isso, e como ainda continuo sendo um homem que não é “padrão” ao estilo demarcado por esse mundinho .Sempre poderei dizer que posso me dar a esse luxo.

Outra coisa, também nunca sei quando vou chorar ou não. Posso ser forte, mas nunca fui de ferro.


Abujamra – Já teve algo que se arrependeu de fazer ou de não ter feito?


Lucas – Esse meu modo de ver o mundo agora é um reflexo de um arrependimento, Abujamra. A perda de um sonho que sempre quis construir não é algo que nos recuperamos da noite para o dia. A vida me mostrou como a mesma pode ser cruel e fria, da mesma forma que pode ser amorosa e agradável. Já ouviu falar que “a mesma mão que acaricia, apedreja?”


Abujamra – Me diga qual o maior equívoco que as pessoas cometem ao falar de você?

Lucas – Ainda continuo me irritando quando me tacham de “mentiroso”, “falso”, “traira” e “indigno de confiança” pois sei que sou humano, e como todo humano sou passível ao erro e a cometer equívocos. Nunca fui um poço de verdade e uma pessoa a qual venha ensinar o Dom da Sabedoria, apenas vim para mostrar novas visões e mundos para as pessoas que vivem nessa Terra.

No entanto, uma coisa que recentemente me tacham e que ainda me irrita e achar que “todo esse erro não é culpa minha”. Sei muito bem da consciência de meu atos e que eles, de certo modo, me levaram a esse atual estado. Posso estar triste e com meus problemas sentimentais e emocionais, é fato! Mas não sou o tipo de pessoa que ocupa os amigos para acabar com a minha tristeza... posso até conversar com meus amigos sobre isso, mas não jogarei um peso para eles que é meu dever saber lidar.

Abujamra –>Você ainda tem amigos?


Lucas – Sei que tenho, pode não ser muitos, mas terão sempre um espaço em minha vida. Eles são as pessoas que eu tiro o mundo das costas se for possível para ajudar a caminhar com as próprias pernas. Ajudei uma grande amiga a ser uma pessoa melhor, e me orgulho dela até hoje... mesmo sabendo que por causa o meu amor ela acabou sofrendo algo que não deveria. Engraçado, que até por causa dela... eu chorei por seu ato nobre quando lhe entreguei uma rosa e até lembro da frase que falei para essa pessoa “Posso ser forte... mas não sou de ferro” (risos). Já levei facada nas costas de alguns sim... e esses eu mesmo faço questão de dar o troco de volta. Vingativo, posso até ser... só não gosto que façam brincadeiras comigo e acharem que vão sair impunes. Posso ser amigo, mas não passo a mão na cabeça.


Abujamra – Nem sei se devo ir para as citações pelo seu humor jovem... mas o programa é meu e eu o farei assim mesmo: “É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta de uma espada”. Afirmado por Shakespeare?


Lucas – Diria que isso é uma meia verdade. Um bom sorriso realmente é capaz de derreter o coração mais obscuro de um homem e até faze-lo sorrir. Mas em alguns momentos temos que saber ser sérios se quisermos a atenção.


Abujamra - “A poesia não é senhão a vida passa a limpo através do sentimento”, dito por Armindo Trevisan”


Lucas – È nisso que se encontra o principal poder da poesia. Isso é até uma marca do meu signo: o Escorpião, que sempre faz todas as coisas regidos pela emoção..Sempre ensinei as mulheres e pessoas que passaram por minha vida que sempre devemos expor aquilo que sentimos. Pois uma vida sem sentimentos é uma vida vã e tola... em um mundo onde pessoas se encontram só para “ficar”, beijar sem compromisso e fazer o repertório de quantas pessoas já pegaram e transaram na vida. Ou seja, serem objetos em um mundo em que os homens estão se “coisificando” e os produtos estão adquirindo “alma”. Melhor dizendo, os nossos dias atuais.


Abujamra – “Quem pensa pouco, erra muito” como diria Leonardo da Vinci?


Lucas – Concordo com essa frase, mas simplesmente pensamento sem ação gera o ócio e preguiça. Se pensar... fale. Se falar... faça.


Abujamra - Qual a maior pessoa que você conheceu?


Lucas – A mesma resposta: Lucas mesmo... ou simplesmente Kyo


Abujamra – Ainda me provocando não é? Parece que gostas disso...


Lucas – “Não provocamos, Nós somos provocados”, esqueçeu o que você mesmo citou Abujamra? Se não fosse assim o nome não teria o programa, não é? Agora só me desculpe a sinceridade, mas acontece que depois de tudo que passei tive a aprender que perguntas cretinas merecem respostas iguais...


Abujamra – E qual o maior autor que você não conheceu?


Lucas – O criado do livro “O mundo de Sofia”,Jostein Gaarder. Queria realmente saber e mostrar como uma boa conversa pode evitar guerras e destruição.


Abujamra – Agora, olhe para aquela câmera e diga o que você quiser, do jeito que você quiser, pra quem você quiser. Enforque-se na corda da liberdade!


LucasPoderia dizer isso para uma pessoa em especial, ou para várias que conheci e ajudei se tornarem melhores. Mas só falarei uma coisa: Nós nunca precisamos aprender que os amigos mudam. Sei que não fui nenhum homem exemplar desse mundo. Sei que errei e com meus erros permiti que pessoas fossem feridas e magoadas, mas não quer dizer nunca tive virtudes. Por isso, não jogue fora aquilo que construiu ao lado de alguém. Simplesmente conviva com ela... pois as pessoas mudam e, com elas, a sua vida também.


Abujamra – Dê cá um abraço, que é a única coisa falsa deste programa!



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