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11 de fev. de 2008

Artigo: Um Preconceito chamado Vídeo Game...

A idéia para este artigo surgiu de uma conversa com alguns amigos meus (e eu me incluo nisso) sobre o fato de sermos taxados de "violentos", "infantis" e até mesmo "imaturos" por ficarmos em frente a uma televisão jogando vídeo games. Mas, se formos fazer uma profunda análise, essa história vai muito mais além: O jogador é o consumidor final do produto, mas o que vem por trás disso está muito longe de ser questionado.

Partindo desse presuposto, achei interessante escrever algo sobre o assunto (afinal, eu também sou um jogador).

Leiam a coluna, e tirem as suas próprias conclusões.


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Um preconceito chamado Vídeo-game

Uma pequena reflexão da sociedade e da mídia sobre o vídeo-game.


Há um tempo atrás em algum jornal passado, lembro ter lido a coluna “Até onde os jogos de violentos afetam a realidades?”. Realmente ela está bem escrita e tudo o mais, mas me toquei sobre um preconceito, que ocorre com muita freqüência, tanto na mídia, quanto na cultura de uma determinada população, que não é o racismo, não é religioso e não é social.

Você, que está lendo essa matéria, provavelmente vai achá-lo muito menor que os citados acima, mas para vivermos com ética, devemos sempre agir com equilíbrio, sabedoria e com respeito, independente de sua interpretação. Então, no meu conceito de vida, preconceito não tem escala, ou você é, ou você não é.


- Contexto Histórico

No inicio dos anos 90 até o final século vivenciamos a era de ouro da curta história, porém repleta de revira-voltas no mundo do vídeo-game. Foi uma época de glória (e talvez a única) para Sega e para Nintendo. A última ainda vive bons momentos, com o Mega-Drive (com o seu escudeiro Sonic, o ouriço) e Super Nintendo (com o encanador Mário) , respectivamente, que faziam lutas sangrentas e digladiou-se até a morte de ambos, porem no final da batalha, quem acabou dando-se melhor foi a Nintendo, isso se considerarmos os sucessores dos vídeo-games da Nintendo e da Sega.

No final das contas, a Nintendo ficou consagrada na era 16-Bit pelo seu Marketing que sempre prestigiou as crianças e sempre levando o "lado bom" do vídeo-game que alguns até chamavam de didático. Não é a toa que um dos grandes legados que a Nintendo ainda carrega seja o selo “For Kids” (Ou vai dizer que nunca ouviram "vai jogar super mario" quando você queria jogar aquele joguinho mais violento?).


- O Preconceito

Bem, muitos devem estar-se perguntando: “O que diabos isso tem haver com o preconceito no vídeo-game?” Tem tudo e, em parte, a Nintendo é uma das grandes culpadas por esse preconceito por causa do seu selo "For Kids".

A época de 16-bits foi à "era dourada" dos jogos, mas não a "era capitalista" do vídeo-game na qual vivemos hoje. Na época dourada dos jogos, a industria de vídeo-games estava engatinhando, era à base de uma pirâmide, e por isso, tudo que fosse feito naquela época seria guardado e cultivado, quando chegou à era capitalista do vídeo-game e com isso o amadurecimento da industria do vídeo-game e o desenvolvimentos de jogos tido como "adultos" (com cenas de violência, ação, estratégia, guerra e outros gêneros) acabou por germinar uma nova mentalidade e uma nova forma de encarar os jogos, fazendo com que desencadea-se grandes eventos como a distorção da imagem do vídeo-game para a mídia e a cultura.

A imagem do vídeo-game nos anos 90 era “um brinquedo para as crianças” e foi assim que o mercado se comportou, mas no momento em que o mercado amadureceu, esse notou que poderia fazer dinheiro com jogos de qualquer faixa etária, mudando o conceito do vídeo-game, então houve um colapso na relação Videogame X Cultura & Mídia. Esse colapso gerou o preconceito com o vídeo-game.

Parando para procurar sobre o conceito da palavra no dicionário Auréio, a palavra Preconceito tem o seguinte significado: "s.m. Forma de pensamento na qual a pessoa chega a conclusões que entram em conflito com os fatos por tê-los prejulgado. — O preconceito existe em relação à quase tudo."; Já no site Wikipédia, a palavra significaria: "juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória contra pessoas ou lugares diferentes daqueles que consideramos nossos. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente."

Conclusões precipitadas? Talvez, Isso resume o preconceito com os vídeo-games? Talvez denovo. Mas o fato é que a Indústria do vídeo-game evoluiu muito rápida em 17 anos e definitivamente, não é possível mudar a mentalidade de uma população nesse curto espaço de tempo, por isso, o vídeo-game só ganha destaque nos grandes jornais, do mundo inteiro, quando o assunto é “violência nos vídeo-games”.


- Participação do Vídeo-game na mídia

Hoje a participação do vídeo-game na mídia, pelo menos no Brasil, é quase zero. Podemos salvar alguns meios de comunicação, como nos Jornais ou a Internet que apresentam grandes matérias, mas os grandes centros de comunicação que é a Rádio e a televisão, não possui nenhum tema abordando o vídeo-game, exceto é claro, quando o assunto é violência nos video-games.

Os veículos de comunicação que eu citei acima, o Jornal e a Internet, são os veículos profissionais, excluindo sites de fãs, sites como UOL e Terra são um dos poucos que dão um espaço para o vídeo-game, mas mesmo assim é muito pouco.

As revistas brasileiras de vídeo-games são uma negação de tudo que o jornalismo ou o próprio vídeo-game representa. Revistas como EGM, Nintendo World, entre outros, infelizmente, copiam as matérias das revistas americanas e o alto custo dessas revistas acabam tornando-as inviáveis para o público geral.


- Preconceito do vídeo-game na sociedade

Sei que é muito chato dizer isso, mas infelizmente a sociedade brasileira (ainda é) facilmente influenciada pela mídia brasileira. Então se um brasileiro comum vê a noticia “Jovem viciado em jogar GTA mata duas pessoas no Acre”. Podemos ter a quase certeza que ele terá a linha de pensamento “Isso tudo é culpa desses vídeo-game moderno que só tem coisa violenta” (O caso do garoto que matou várias pessoas no cinema após jogar Duke Nuke que não me deixa mentir).

Não é só culpa da sua ignorância, mas também culpa do veiculo de imprensa que publicou a noticia sobre um gancho equivocado. Algumas vezes sabemos que uma noticia comum para ter melhor vendagem e trazer mais impacto, tem que trazer um carater noticia sensacionalista. Nisso, meus amigos leitores, influi diretamente na sociedade brasileira que então gera o preconceito com o vídeo-game e todos os seus jogadores.

O preconceito com o vídeo-game vai continuar existindo por um longo tempo, tanto por parte da mídia e da população. Enquanto a mentalidade “vídeo-game é coisa pra criança e não pode ter violência” continuar, ainda veremos por muito tempo jogos serem censurados e até mesmo retirados do mercado (Good Bye Conter Strike, Good Bye...).


ps: como o blogspot não tem como vc colocar uma ferramenta de legenda para as fotos, aproveito e digito aqui a legenda da mesma: Como seria os jogos infantis com carater aduto?

ps 2: Acho que a resposta pode ser respondida, basta clicar aqui
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2 focalizadas alheias:

Magaliana disse...

Menino, esse texto ficou simplesmente perfeito!
hehehehe
explicado, desprovido de preconceitos, bem elaborado e argumentado.
Não há muito o que dizer, mas aprender.
Parabéns

Pedro Rosa disse...

O povo brasileiro é tão desprovido de informação e tão carregado de preconceito que se contradiz:
frases comuns: "Jogos de video-games são infantis e não acrescentam nada de útil à vida do jogador"

E ao mesmo tempo: "video-game é coisa pra marginal, tem muita violencia e influencia as pessoas a cometerem atos barbaros"

?

Existem muitas criancinhas por ai dando fatalatys em adultos inocentes nas salas de cinema, enquanto os mesmos assistem a turma do didi não é mesmo?

counter é proibido porque é muito violento... enquanto tropa de elite tortura a mídia para ganhar o título de "orgulho do cinema nacional?!

os games influenciam pessoas que não são capazes de pensar por si próprias...

coisa de criança??
vamos jogar silent hill e metal gear no congresso sociedade tapada!!

Parabéns pela matéria.